Ansiedade é muitas vezes sentida quando tenta-se evitar algum evento ou consequência de algo que ainda não aconteceu ocasionando preocupação intensa e o medo de situações cotidianas futuras.
Em um mundo cada vez mais complexo e cada vez mais incerto em relação aos resultados a ansiedade toma conta de nós nos momentos em que menos esperamos. É importante ter caminhos para seguir para não ser sequestrado pelas emoções.
Falar de inteligência emocional e estratégias mentais significa colocar consciência em processos não conscientes e encontrar caminhos aplicáveis para lidar com as emoções e preservar todo nosso potencial.
Antes de qualquer coisa é preciso entender a diferença entre 3 conceitos: sensação, emoção e estado mental.
Sensações, são o que chamamos de percepção pura. Algo fácil de ser explicado. Por exemplo: frio, calor, relaxamento, entre outras. É algo mais simples, pois envolve menos segmentos a serem processados. O modo como o nosso corpo interage com o mundo. Uma característica da sensação é que duas pessoas podem reagir de modo completamente diferente à mesma sensação. Algumas pessoas, por exemplo ficam confortáveis com o calor, enquanto outras se irritam com ele.
Emoções são mais complexas. Em geral, atribuímos algum tipo de significado a elas. Se sentarmos para conversar sobre determinada emoção, por mais diferentes que sejam nossos comportamentos quando submetidos a ela, em algum momento encontraremos um ponto em comum. Podemos falar sobre raiva e as vezes em que vivenciamos essa emoção e, ainda que eu tenha me tornado agressivo nessa situação e você tenha se trancado dentro de si mesmo, ambos vamos concordar que a situação que nos provocou esse sentimento teve algo de injusto.
Os estados mentais, ou estado interno, são o conjunto das emoções e sensações que sentimos em um determinado momento. São ainda mais complexos e capazes de moldar ou influenciar fortemente o nosso comportamento.
As emoções são formas de comunicação que o processo inconsciente faz com cada um de nós e, ser capaz de sentir todas as emoções é importante para que se possa reagir aos diferentes eventos do cotidiano. Sabendo que o nosso inconsciente é responsável por cerca de 95% do nosso comportamento, corremos o risco de acabarmos de certa forma, sequestrados por essas emoções.
Mas como isso acontece?
Para que uma comunicação seja eficaz, é preciso que haja uma resposta. Quando não respondemos a uma determinada emoção enviada pelo inconsciente, ele tende a aumentar a dose, amplificando essas emoções. Afinal, essas emoções são importantes para a sobrevivência humana. Eu tenho medo para evitar o perigo. Eu sinto raiva para reagir a injustiça.
A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Pense na diferença entre medo e pânico, raiva e ira… Toda emoção quando exagerada torna-se prejudicial, chegando em seu ápice a dominar a parte consciente impactando a vida daquele que se torna refém.
No caso da ansiedade, em específico, trata-se de um excesso da antecipação, que faz com o que o indivíduo seja sequestrado pelas emoções (perda do controle da consciência), experimente sensações de desespero, tremores, enjoo, e tenha seu estado mental voltado exclusivamente para dentro.
Na terapia da linha do tempo entendemos que, para a mente inconsciente, não existe passado, presente e futuro, só o que existe é a experiência e toda experiência é realidade, não importando que seja vivenciada, sonhada ou imaginada.
O excesso de processamento em cada um desses tempos gera problemas.
Quando passamos muito tempo experienciando o passado, geramos o sentimento de culpa.
Quando passamos muito tempo experienciando o presente, geramos sobrecarga.
Quando passamos muito tempo experienciando o futuro, geramos ansiedade.
Sabendo disso, como então podemos quebrar esse quadro ansioso?
Bem, antes de qualquer coisa é necessário entender que mudança é um processo e não um evento. Não existe um botão que quando apertado você deixa de ser uma pessoa ansiosa. No entanto, uma vez que entendemos o que é a ansiedade e como o cérebro humano funciona, podemos traçar caminhos para recuperar o controle dessas situações.
O primeiro passo para aprender a lidar com a ansiedade, é criar um canal de comunicação com as nossas emoções. Para mudar esse quadro é importante estabelecer uma comunicação entre consciente e inconsciente, estabelecendo assim uma harmonia. Dessa forma você deixa de ser dominado exclusivamente pelo seu inconsciente, evitando ser “sequestrado” pelas emoções.
Algo que costuma alterar um estado de ansiedade é a distração. Isso acontece por que somos retirados de um estado mental voltado para dentro, e vamos para um estado mental voltado para o mundo exterior. Quando alguém fala conosco durante uma crise, ou um barulho chama a atenção, a ansiedade vai aos poucos diminuindo.
Por último, mas não menos importante, é necessário lidar com as sensações, que é exatamente onde o nosso foco está durante uma crise de ansiedade. Podemos substituir essas sensações ruins que o corpo está experimentando, por alguma outra. Segurar uma pedra de gelo nas mãos, por exemplo.
2 comentários sobre “Como lidar com ansiedade”
Ótimo texto!
Obrigado meu amigo. Fico feliz que tenha sido útil